As vezes eu acho que faço de tudo para que as coisas na minha vida dêem errado.
Quando eu era criança, eu tinha pavor das aulas de educação física porque eu não sabia jogar nada. Por isso, eu sempre tentava fugir de todas as aulas e, quando era "escalada" - o que era inevitável , eu fugia da bola como o diabo foge da cruz. Inclusive quando alguém jogava a bola pra mim. Eu preferia deixar a bola ir pra escanteio ou fingir que não consegui pegar e fazer aquela cara de "foi mal pessoal !" do que tentar pegar a maldita bola e tentar fazer algo de útil no jogo.
Em resumo acho que eu pratico a auto-sabotagem. Meu curto flerte com as influências góticas/ neo romantics na adolescência não foi sem razão.
Creio que tenho tanto medo que as coisas dêem certo que acabo correndo atrás apenas daquilo que eu tenho certeza que vai dar errado. Parece o maior absurdo mas todas as tentativas de racionalizar e entender sentimentos parecem absurdas, principalmente quando colocadas no papel (ou no Word, nesse caso).
Em algum momento da minha vida eu devo ter sido programada para acreditar que não sou capaz de fazer as coisas direito e trilhar meu caminhozinho para a felicidade. Isto fez de mim uma pessoa ligeiramente covarde; uma covardia relativa. Tenho uma coragem e uma cara-de-pau absurda para fazer milhares de coisas que no fundo eu não deveria estar fazendo. Por outro lado morro de medo de ir à luta tomando as atitudes que realmente vão, mesmo que a muito custo, fazer um bem enorme à minha vida. Como eu disse, alguém me programou para eu acreditar que eu não posso.
A meu favor eu tenho o fato de meus pensamentos/ sentimentos não serem feitos de 01 10 . Eu posso mexer aqui dentro quantas vezes eu quiser, revirar, deletar e adicionar arquivos.
Em contrapartida não posso esperar que algum gênio do Cobol venha me estender a mão e consertar este reles equipamento made in 1982.

Você não escolhe as coisas que vão aparecer na sua frente. O que você vai fazer com elas é que você escolhe.